Pão Diário 28 de Setembro
A certa altura da vida fiz um curso de
licitações e passei a exercer as atividades de pregoeiro ou leiloeiro, aquele
que dirige um leilão. Pois bem, numa ocasião fui designado para elaborar um
leilão de automóveis antigos. Lembro-me de que não eram simplesmente carros
velhos, mas antiguidades muito valiosas para colecionadores.
Tivemos
a participação de colecionadores de todo o Brasil. O que mais me chamou a
atenção naquele dia foi um jovem empresário, que chamarei de “ajuntador”, que
me impressionava pela obsessão de querer comprar todos os jipes antigos. Quando
alguém dava um lance, ele o aumentava e arrematava aqueles veículos por valores
altíssimos. Após o evento, perguntei-lhe o motivo de tanto amor pelos jipes
velhos, e ele me respondeu: “Meu amigo, quando eu era pequeno, meu pai tinha um
lindo jipe. Ele me proibia de tocá-lo. Fiquei durante anos apreciando aquele
jipe. Meu sonho era provar ao meu pai que eu também podia ter um veículo daqueles.
Hoje sou grande, não preciso do meu pai, e já tenho dezenas de jipes em minha
garagem. Todos recuperados e originais”.
Ao
término de todo o processo licitatório, eu não estava impressionado com os
altos valores arrecadados, mas perplexo com a atitude daquele “ajuntador”, um
homem cujo tesouro era composto de jipes.
Assim
como o ajuntador de jipes, existem pessoas cujo coração está nos times de
futebol, no trabalho, nos estudos, nos bens, no dinheiro, nas ações, enfim, em
coisas. Jesus, porém, nos adverte contra nossa tendência natural de acumularmos
tesouros desse tipo, que em pouco tempo se perderão. Ele aponta para valores
eternos, muito mais dignos do nosso esforço.
Possivelmente
tenhamos de mudar nossa forma de viver e fazer como Jesus: em vez amar coisas,
amar nosso semelhante e usar as coisas para boas finalidades. – DMS
Precisamos
guardar bons tesouros. Qual é o seu?
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