Translate

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mercado de drogas no Rio de Janeiro

Interessante a análise feita pelo ex-prefeito Cesar Maia em seu blog acerca do surgimento do varejo de drogas no Rio e nas grandes cidades. Ele menciona o fato de que cartéis colombianos já refinavam entorpecentes em usinas no começo da década de 80, tendo como principais mercados consumidores os EUA e a Europa, segundo investigação da agência antidrogas norteamericana.
A exportação das drogas se processava por rotas diretas aos EUA, através de transporte aéreo ou marítimo (hoje, há a interferência dos cartéis mexicanos), enquanto que para a Europa, a distribuição costumeiramente se dava com escalas no Brasil, através de cidades com aeroportos ou portos internacionais. Ocorre que estes corredores de transporte de entorpecentes encontraram espaço também para a pulverização da distribuição, surgindo daí um mercado de varejo.
O contexto político era o da redemocratização. Os governadores da época, sem informações sobre os esquemas do tráfico de drogas, compromissados com o campo social e com a desarticulação das forças repressivas, aplicaram as verbas disponíveis em obras sociais e não contemplaram adequadamente a segurança pública. Se antes utilizavam-se de recursos adicionais federais, as polícias militares, apêndices do Exército, passaram a contar com os orçamentos de cada Estado.
Assim, no Brasil, tendo por canal intermediário mais importante o Rio de Janeiro, o mercado de varejo de drogas foi se espraiando e restaram reduzidas as distâncias entre traficantes e consumidores. A violência que gira em torno deste universo não tardou em crescer, principalmente com o avanço do potencial bélico utilizado para proteger (e também atacar) os espaços dominados pelos narcotraficantes. A corrupção azeitou as engrenagens deste sistema e hoje temos um complexo quadro diante dos olhos, o qual depende de variados fatores para ser revertido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário